A relação com o mar


Para que possamos compreender melhor a vida e a obra de Bernard Bouts devemos conhecer um pouco de sua ligação com o mar, cuja vida muito lhe marcou desde a sua juventude na Bretanha , navegando ao longo de suas praias. Ele amava a civilização marítima e toda a sua cultura oriunda do tempo dos fenícios, tornado-se para Bouts uma segunda profissão, complementando e enriquecendo sua Arte e seu pensamento.

Na América do Sul, Bouts começou a navegar em 1954 com o veleiro chamado o Andariego. Ele gostava de velejar, com a sua esposa e o seu filho (sua filha já falecera aos 7anos de idade em Buenos Aires), ao léu da aventura ou dos ventos, que sopram sempre caprichosamente. Em seu texto manuscrito, encontrado no seu livro, Bouts compara sua prática de navegante a seus trabalhos de pintor. Equipara assim a atividade do velejador ao seu ofício de artísta plástico. O confronto é sugestivo e não deixa de ter singularidade em nosso país. Esta é outra das originalidades do pintor.

A permanência da família Bouts na Argentina foi interrompida em 1954. Esta parte para o Brasil a bordo de seu barco o Andariego dando início a inúmeras viagens pela América do Sul.

Em visita à Bahia Bernard Bouts se depara com uma escuna que o deixa fascinado. Ele pediu a um amigo que a adquirisse para ele, se por acaso ela fosse posta à venda, em sua ausência. Fora feliz, pois logo ela ficara disponível. Foi assim que em 1º fevereiro de 1961 ele comprou o CISNE, a sua bela escuna, na qual viveu e pintou. Trabalhou e percorreu desse modo, durante dez anos, toda a enorme costa do Brasil, desde o Oiapoque ao Chuí. Desta vida no mar, Bouts destina às marinhas um dos principais objetos de seu trabalho.

< o artista
> vida no Rio de Janeiro






L'Andariego


Trabalhando em seu barco.


O Cisne